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1. |
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Osseva Odnum
O que é que aconteceu com o vosso vinte cinco?
não me apontem o dedo eu cá não era nascido
gajos como eu andam com um olhar aceso
não esqueço nem quando bebo nada apaga o meu rastilho
arraste-me em rotinas pa chegar ao fim mês
ou arrisque-me em jogadas no tal jogo do xadrês
a pergunta é sempre a mesma mas o que é que eu faço aqui
sou da geração que vive um dia de cada vêz
por fora é só bazofia pa esconder a nossa escafia
de obriga em obras e fabricas a sunstentar mafias
se a cabeça perde a força a palavra perde a cedilha
uma vida sem saida sem sair co pés da fossa
a pastar sem pensar pa apostar no eurosonhões
pausar pa aparentar milhões de ilusões
o teu móvel pode ser o melhor topo de gama
que continuas na lama só te enganas a ti próprio
socio tu tás cana
a corrente que nos arrasta é a mesma que nos prende
pa poderes ter uma vida tu tens que trabalhar
mas se estas a trabalhar não tens tempo pa ter uma vida
cansa-se e denscansa-se cansado não se alcança
consome-se a esperança pa que a sede de mudança
se mantenha a distância logo se vê isso amanhã
hoje ta triste o bom vivan então fuma-se e dança-se
tudo a mamar copos rodiados pos robocops
mas quando as anseas são mansas as matanças não têm importancia
andar stone é fácil dificil é tar em forma
safoda a vida loca fuck fumo e litrosa
é este o mundo macabro que vais deichar ao teu filho?
onde a liberdade cabe dentro do teu touch screen
fixe meu mete as palas pa ires ver o benfica
enquanto o estado bate palmas tu calas-te e ficas-te
não te dignificas..
só te estupidificas...
e ficas
e ficas
...
REF.
qualquer dia a lua esquenta
qualquer dia o sol esfria
o sol anda de noite
caminha a lua de dia
veijo o mundo do avesso
e um fim sem recomeço
paz armada ate aos dentes
guerra santa quanto mentes
em nome de quem? de um deus que nao sentes
da fe que mata nao vem
nao vem boas sementes
nao vem boas sementes
...
roupa do demónio adoras a inditex
safoda a foxcon tu pedes mais um I-PAD
que safoda os monhés que bulem no bangladesh
tu amas os teus air max dizem que o amor é cego né?
vida de latex valores num taparuer
manas emanam sexo aos doze já são mulher
miúda mima um miudo acério que te aceite como és
não queiras parecer a barbie ninguem respeita o plástico
putos armam-se em nastys não é fixe ser simpatico
é mais fixe ter bifes filmes com finais tragicos
cenário puto não sejas básico
é mais fixe ser fixe se existe sinais pa isso
putos querem ser mais gis é fixe tar no trafico
foder familias filhos e filhas ficam apáticos
fantástico pelo menos pó comissário
a bofia controla a rota da coca do doca ao teu nariz
a moda é ser original na disco da capital
podes ser rocabili hippy hipster ou gótico
tens é que concordar com o comentário homofobico
sa diferença é uma etiqueta a mente continua igual
ser maluco é um elogio nesta merda de mundo
pelo que eu aparento noto
que aparentemente nós não somos parentes
porque eu nem tenho facebook.
caguei po teu look e eu é que sou maluco
porque a minha imagem é sem maquilhagem
és uma miragem as minhas hormonas não reagem
à arajem do teu perfume
uma boa base sai cara não confundas ca merda
que besuntas na cara ..
amor aos meus amigos amor à minha familia
sonho em velos felizes talvez um dia consiga
eu sacrifico a vida amor é altruísta
amizade é reciproca não se oferece à consignia
rap é a minha insignia
saude e anarquia...
nustadjunto familia
...
REF.
qualquer dia a lua esquenta
qualquer dia o sol esfria
o sol anda de noite
caminha a lua de dia
veijo o mundo do avesso
e um fim sem recomeço
mas a fome que me invade
contradiz-me na vontade
X3
de ser o melhor que posso
do que faço a te ao osso
ser rastilho e amizade
amor que brilha amor de verdade
...
tanta merda com os cravos hoje nao continuamos escravos?
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2. |
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32:23
nao me encaixo nesta caixa
que me castra como castro
baixo esta fachada choro
chagas de um mundo facho
engraxa a mentira
se és traira tás safo
homens de merda sobem
com o bafo a saber a rabo
com uma bosta de ordenado
o langonha lambe a bota
tanto sonha até que acorda
ao meu lado no i.e.f.p.
o que importa é o lcd
ser parecido aos da tv
mete os óculos 3d
sorri no balcão da e.d.p.
assobia estás contente
com a tua vida inocente
olhos que não querem ver
coração a apodrecer por dentro
a dona beta dona as calças
que lhe fazem gorda coitadas
das crianças africanas
que vivem no ecrã da sala
de boas intençoes
andam as cidades cheias
só cheias e furacões.
nos levaram as tentações
agora ta na moda o yoga
mas nem o buda nos ajuda
porque a merda continua
mas em embalagens biológicas
(Ponte)
agente ainda vai pagar no fim
mas na verdade até fico feliz
ninguem devia ter as mãos assim
tenho que pagar pelo que fiz
até era fixe que caisse um metorito
para a gente ver mesmo o que é uma crise
pode ser que finalmente ai
inimigos se tornem amigos
(Refrão)
somos o nosso inimigo nr 1 oprimimos o nosso próprio instinto
e se o prendemos nós apodrecemos sós perdemos a voz que nos vem do fundo
mas nao são os erros que nos definem e nem penses que é tarde para tu mudares o teu rumo
que se a nossa fonte fica forte familia do fogo florescerá um futuro novo
somos todos tão normais
até as roupas sao iguais
no jardim há um quadradinho
pa urinarem os animais
amendoins ao macaquinho
uma esmolinha pó ceguinho
no asilo á um espacinho
pa deichar os nossos pais
somos tao cordiais
senhor civico é amigo.
mas em caso de vida o morte
cagava de alto para a minha alma
tou a tentar manter a calma
há dias que eu quero é que morra
morda a ponta duma arma
que arda o guarda e a masmorra
porra nao há quem lhe ocorra
que quem rouba talvez não
lhe corra cor de rosa a vida
voçe ainda acredita na palavra roma
eu inverti-a
ventilou-me a vida
elevou-me levou-me
livrou-me da hipocrisia
vejo as grandes nações
em cima de genocidios
vejo miudos num colégio
a cometerem homicidios
vejo miudos no exercito
a proteger um mundo doente
não vejo o 25 de abril
sem ver o 25 de novembro
(Ponte)
agente ainda vai pagar no fim
mas na verdade até fico feliz
ninguem devia ter as mãos assim
tenho que pagar pelo que fiz
até era fixe que caisse um metorito
para a gente ver mesmo o que é uma crise
pode ser que finalmente ai
inimigos se tornem amigos
Refrão
somos o nosso inimigo nr 1 oprimimos o nosso próprio instinto
e se o prendemos nós apodrecemos sós perdemos a voz que nos vem do fundo
mas não são os erros que nos definem e nem penses que é tarde para tu mudares o teu rumo
que se a nossa fonte fica forte familia do fogo florescerá um futuro novo
para nós a crise é piada
é não ter guita para ser boss
no tempo das vacas gordas
bué pips comia os ossos
agora que ela nos toca
é que cai o carmo e a trindade
sai da toca o indignado
culpa o FMI e a troika
nao quero um novo contrato
quero um mundo novo
povo nao quer igualdade
quer deichar de ser do povo
cotas tinham valores
de grandes revolucionários
mas mal subiram de classe
foram logo criar doutores
problema é o nosso modo
de vida onde a morte tem raizes
macabrice vinga nós não somos livres
a ganância que nos move
assina com um nove cega nao sossega
até a ultima serra na moto-serra
vale a pena revoltar-te?
só com a voz ou com um revolvér?
muito revólver de ideias
nada ajuda a resolver
sou filho desta mentira
e este sangue ninguem me tira
cuspo no luxo e nas notas
e tu nem notas na luz
joder!
...
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3. |
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Homo Stupidus
vivo num mundo em quem a estupidez é uma dádiva
pa quem quer ser feliz é melhor nem saber nada
num mundo em que as ruas estão cada vez mais limpas
e nas prisões há histórias cada vez mais pesadas
num mundo onde há quem durma à porta da caixa geral
e agente passa já nem liga nem nos sentimos mal
num mundo onde uma criança pensa no apocalipse
envez do pais da alice nasceu no mundo da crise
vivo num mundo onde a guita te faz individualista
mesmo assim aprendi que não chego longe sozinho
num mundo onde o hip-hop egotripa e mete nojo
ainda continuo a cantar sê verdadeiro contigo
vivo num mundo onde o suposto criador
controla tudo e todos só ele se senta no trono
se não segues as suas regras vais parar preso ao inferno
vosso deus é um ditador não me venham falar de amor, credo!
(ponte)
mundo é confusão sempre em contradição
mas quando as bases mudam é pura hipócrisia
mundo é tentação pucha-te pá perdição
mas tanto bati no chão que aprendi a dizer não
x1
é uma vergonha pertencer a essa raça
propagar a praga que impulsiona essa desgraça
qual homem sábio se o homem não sabe nada
homo stupidus sempre soa mais honesto
homo stupidus
stupidus
stupidus
fode tudo ponde passa!
homo stupidus
stupidus
stupidus
parem de propagar a praga!
vivo num mundo onde uma imagem vale mais
que mil palavras mas eide ter mil canções
num mundo em que os patrões querem-nos comportados
eu já fui despedido por não conseguir tar calado
putos agarram-se à playstation o dia inteiro
enquanto eu ia comprar sprays à station do barreiro
e as caras nos outdoors tão sempre tão sorridentes
mas nas ruas as caras tão cada vez mais hardcores
num mundo onde um racista ainda desfila um cachecol
não há conversas com carecas taco de baseball
num mundo em que o racismo cresce debaicho do tapete
eles pintaram com cores tão queridas os prédios do gueto
vivo num mundo onde o colono é o dominante
e não é fácil vencer o colono no meu sangue
e mesmo que eu não tenha nada a ver com essa gente
tenho que desconstruir o meu antepassado branco
(ponte)
vivo num mundo com os dias contados
moribundo cego surdo e mudo
e mesmo quando cuspo no homo stupidus
não me posso esquecer que nao deicho de ser um
x1
é uma vergonha pertencer a essa raça
propagar a praga que impulsiona essa desgraça
qual homem sábio so homem não sabe nada
homo stupidus sempre soa mais honesto
homo stupidus
stupidus
stupidus
fode tudo ponde passa!
homo stupidus
stupidus
stupidus
parem de propagar a praga!
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4. |
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A Calma
a pressa
uma da muita merda nesta merda de mundo
tudo quanto mais depressa sobe mais depressa chega ao fundo
minuto a minuto eu cá prefiro dár tempo ao tempo
porque sem 100% de empenhamento o bulimento sai-me com defeito
eu não sou perfeito eu como todos venho defeituoso
não espero que apareça feito mas sabes que o xoto é preguiçoso
uma coisa queu não ponho é a carroça à frente dos bois pois
tou nisto pelos serões e por todas as sensação que me dão gosto e prazer
hip-hop é uma filosofia que aplico na minha vida eu não faço isto só por fazer
já podia tár feito eu sei mas depressa e bem não há quem ok?
o que tem que ser tem muita força e esta vida são só dois dias
mas eu não quero partir a louça a minha batida cardiaca sempre foi bem tranquila
relaxa-te mas não te desleixes
cala-te já não te queixes
adapta-te tu não te deixes
anha-la só pum boceijo
prepara-te pó proximo take
porque o mundo não para só porcausa que não ficaste satisfeito
(...)
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5. |
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21:21
quem me dera ser um
puto sem sentir blo
queio espremer o lu
cifer que tenho em mim
conseguir construir
compor com a convicção
encontrar a confiança
escondida num coração dum mc
forte a fazer os flows
conforme as formas musicais
freestyls bué fixes filhos dum fetish
entre um mic e um Q.I.
voar agarrado a um diafragma
por uma fração dár aquela frase
que arrepia-se a minha massa
e alinha-se a minha pulsação com o bass
cordas vocais a vibrar
com vogais a criar laços conjugais
entre o publico tudo o que eu recito
ouvi-lo a cantar comigo em palco
deichar-me mostrar a loucura
demonstrar ca musica cura-me
acode-me e cuida-me e cunha-me o nome
queima-me e deicha-me o corpo em carne crua
faz-me parir mil versos
de braços abertos em precepicios
propicios a suicidios
mas dá asas a prisioneiros
asas completas com penas e tudo
que me levam bem longe da pena que me dá
não ser apenas eu crescer empenado
quem me dera ter quinze outra vez
quem me dera ser um
puto sem sentir blo
queio espremer o lu
cifer que tenho em mim
conseguir construir com
por com a convicção
encontrar a confiança
escondida num coração dum mc
ver o pessoal a sentir os sons
dár concerto ca sala a cagul
subir o nivel num show inesquecivel
deichar o mic envolto em fogo azul
meter um dj quem sabe um trapezio
um tecnico a tratar-me como adulto
mas já se tá bem quando o som sai em stereo
hip hop a minha musa complexo de edipo
quem me dera que não precisa-se
de tár sempre a pensar em dinhero
não ter que andar sempre a queichar-me
de não haver tempo pa dedicar-me ao que quero
poder andar na rua a magicar
clips beats feats e musicas
envez de andar á procura duma nota
poder passar a tarde toda num estudio mas
não é o que tu és
vai masé po bul
espetas-te em espectativas
tu não pitas utopias
até os teus sobrinhos
acham que o tio tá maluco..
tá maluco!
quem me dera ser um
puto sem sentir blo
queio espremer o lu
cifer que tenho em mim
conseguir construir com
por com a convicção
encontrar a confiança
escondida num coração dum mc...
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6. |
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Sinto Medo
age pute vê tudo estuda pute lê
faz pute sê tu brilha pute crê
reage pute diz tudo grita duma vez
renasce cru vive nú cria sem timidez
paquê pensar duas vezes
se só se vive uma vez
soçe não não me digas que nao vês
que nós só nos sentimos bazofs
quando nao ficamos com nós
e vencemos a timidez
pelo menos eu falo por mim
o medo é meu inimigo
se eu não o venço quando o sinto eu não progrido
eu contenho e acanho
bloqueio-me e prendo-me
não só me sinto estranho
como sinto que não me conheço
eu travo-me e viro-me pa dentro
parece que paro no tempo
(no tempo)
eu tento dizer tudo o que eu penso
mas ainda to num processo
tenho medo de faltar ao respeito
parece que tenho o cérebro preso
ao conceito do correcto
como se eu soube-se o que isso
tanta merda que me fode o juizo
e aguento e não me queicho
e sou consciente e consequente
mas consequentemente disso
eu vou morrendo por dentro
então ser prudente o pirete eu prefiro passar a batata quente
porque nao há filosofia que chegue
quando já engulo
merda pa não ser violento
e ao mesmo tempo não durmo
pa não sonhar que fico maluco e começo a matar gente
eu quero vencer o meu medo
e viver livre sem rédias
sem medo de cair na merda
prefiro dar um tiro no escuro
do que acabar por dár um no meio da testa
(x2)
eu quero perder o control
bazar do rebanho
matar o pastor
que tenho dentro de mim
porque quem nunca ando perdido
nunca encontro novos caminhos
e quem es tu pa me julgar caralho?
errado é eu ter medo de errar
o não é a errar que se aprende?
errado é eu ter que andar a esconder o meu lado mais dark
porque sem o mal não existe o bem
desde que sou puto que aprendi a criar escudos
para me proteger de abusos intrusos e abutres
eu tenho tantos sentimentos bloqueados
cada vez que me veijo ao espelho eu já nao me acho
eu quero perder o control
não quero ser mais um actor
eu quero fluir nao quero tár a actuar
porque no fim do filme eu já sei que não vou poder rebobinar
eu sinto-me falso
e fraco e foda-se meu puto
eu só quero tocar no presente
receber os presentes do mundo
eu quero fazer o queu penso
dispenso pensar como um burro
já vi que assim não atino nem aos trinta
mas para quê atinar?
se a rotina é o que me desatina!
eu quero é vida
eu quero viver
a euforia de crescer sem conhecer o meu futuro
sem medo de enfrentar o que me espera
porque se eu quero sair do circulo
é fodido nao acabar na miséria
o medo ..
é o contrário do amor
eu quero vencer o meu medo
e viver livre sem rédias
sem medo de cair na merda
prefiro dar um tiro no escuro
do que acabar por dár um no meio da testa
não me ponham medo no coração
porque mais pensamentos que ação
são só momentos que vão
ser passados em vão
eles nunca irão mudar nada
nem nunca irão mudar nada
nem nunca irao me dar nada
o medo ..
é o contrário do amor...
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7. |
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Mais Um
rapaz da cidade
nasci desorientado
incapaz de situar-me
ou encontrar um atalho
habituado a sinais
a leis e a regras
linhas verticais
que só me deicham ver janelas
crescido entre animais
com medo das minhas festas
revoltado contra os meus pais
porque representavam quem governa
eu sempre preferi espaços mais naturais
porque me aceitavam como eu era
adolescencia dificil
não gosto que me ditem
que me mandem impossivel
odeio que me contrariem
porque só eu sei o que é melhor pa mim
e o que sei, sei que o defenderei até ao fim!
revoltadinho coitadinho
isso passa-te dizem eles
no fundo é bom menino
depois falamos quando cresceres
vão pó caralho
pá cona da vossa mãe
se crescer é conformar-me
eu quero ser puto até aos cem
e manter-me puro
à procura do genuino
eu não vos censuro
nao critiquem o meu caminho
nem todos temos o mesmo
somos todos diferentes
ser felizes é o objectivo
só unidos conseguimos isso
eu só não quero ser mais um
a ir pa cama desmotivado
acordar às quatro da tarde
ou isolado no meu quarto
a sentir-me culpado
pelos pecados da humanidade
eu só não quero ser mais um
a sentir-me obrigado
a entregar-me ao diabo
só pa escapar as grades
ou ser um escravo a sonhar acordado
um dia acordar mijado
e acabar um frustrado
comunistas contra socialistas
capitalistas contra anarquistas
europeus contra africanos
cabo-verdianos contra angolanos
japoneses contra chineses
coreanos contra coreanos
muçulmanos contra judeus
e ateus contra deus
meus manos então?
com tanta divisão
quem é que encontra a solução?
eu!
apenas quero encontrar-me
andar de peito aberto
aprender o que preciso
tornar-me auto-suficiente
eles querem limitar-me
ditar-me o que tá certo
prender-me a um só siteo
ou meter-me em quatro paredes
ou agarrado a um trabalho
pa sustentar os meus
pa comprar num supermercado
o que a terra nos deu?
o mesmo trabalho
devia ter eu num terreno
porque o tempo ao seu lado
não se substitui com presentes
pena que não possa pagar
um médico ou um dentista
com uma troca de trabalhos
isso facilitava-me a vida
merda da guita!
(x5)
abaixo este sistema capitalista!
eu só não quero ser mais um
a ir pa cama desmotivado
acordar as quatro da tarde
ou isolado no meu quarto
a sentir-me culpado
pelos pecados da humanidade
eu só não quero ser mais um
a sentir-me obrigado
a entregar-me ao diabo
só pa escapar as grades
ou ser um escravo a sonhar acordado
um dia acordar mijado
e acabar um frustrado
eu só não quero ser mais um
a confiar que a votar
isto vai mudar por milagre
quando eu não mudo um caralho
ou a pensar no mundo sentir-me do lado errado
desculpar-me e conformarme
porque nasci branco na cidade
eu so não quero ser mais um
a viver amargado
morrer sem ser amado
sem ninguem ao meu lado
eu só não quero ser mais um
porque eu não me sinto mais um ..
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8. |
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Nosso Xoto
ainda hão de ler uma fábula
da história duma mana numa fábrica
presa a uma máquina onde lágrimas viraram laminas em chefes
e lástimas viraram chamas que pararam chaminés
bloqueiam-nos teem-nos todos atrofiados
nem conseguimos comunicar uns com os outros como deve ser
mas eu quero entender-te esforçar-me pa fazer-te ver o meu lado
quero comunicar mas sabes ainda to a aprender
ainda to a acordar a quebrar o feitiço
ando a aprender a dizer fui eu que errei nisso
porque perdi bué amigos é o que é eu aceito isso
pena é andar carregado com ciclos mal encerrados no caminho
mas tamos cá pa aprender viver e deixar viver
pa trocar informação uns com os outros
e a pouco e pouco fazer-nos ver quem somos
fazer-nos ver quem queremos ou aquilo que fomos
basicamente pa ajudar-nos a ascender mutuamente neste labirinto imenso
nao sigo a tua doutrina
nem quero que sigas a minha
só sei que não sei um carai
e o que sabia ontem já não sei bem se sabia
sai sai
pressão que me sufoca sai
bué de dias parece que ando na rua de ançaime
mistura dum espirito preso com a revolta que vai
crescendo enquanto vou vendo a ruina em que o mundo ruma
tudo tão escarrapachado e a mascara nunca cai
e a união já lá vai até trai o primeiro de maio
pesso desculpa as pessoas as quais já não brilho mais
é que eu não fui um bom pai po menino que há em mim
mas sinto falta da familia que enterrou a lotibloti
cansado fraco farto de procurar respostas
que as perguntas não mudam só se amontuam nas costas
a meio da vida ainda nem sei bem quem sou
sinceramente eu nem sei se quero sequér ser alguem
porenquanto eu vou melhorando som a som
e por agora é suficiente lá fora não sou ninguém
por ai perdido a olhar para o meu rio sado
a sentir-me sozinho sem braços pa lhe abraçar
desabafo com uma guitarra apaparico a minha musa
na esperança que a musica consiga sarar setubal
...
na esperança que a musica consiga sarar o mundo
...
ainda hão de ler uma fábula
da história duma mana numa fábrica
presa a uma máquina onde lágrimas viraram laminas em chefes
e lástimas viraram chamas que pararam chaminés.
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9. |
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Pegadas na Neve
já não me aflige não ver o futuro a frente
nem quando as nuvens choram e dobram o pedro pa dentro
querido sobrevivente o vento não te levou o rumo
levantou foi a cortina aprende a fazer zoom
nunca fomos videntes era ilusão é evidente (que nós)
não tinhamos o controlo tinhamos é guita no cartao (só)
seguimos as pegadas de quem nos protegeu
baixo o escudo que era duro antes de ser europeu
mas pelos vistos as pegadas vão dar a um banco a arder
depois das chamas não há nada espera po amanhecer
aos nossos pés haverá uma paisagem branca
nuvens cinzentas a pairar numa montanha
um horizonte virgem pronto pa um novo recomeçar
novo e selvagem poucos sobreviverão
haverá uma triagem nem todos verão o verão
o inverno levará quem se deichar ir abaixo
não vou ficar a anhar até inventarem mais um truque
ainda arranjam maneira de nos encher o cartão
ja não voto em mentiras há espera que isto mude da
esquerda à direita só consigo é ver abutres a
tentar controlar a chama da insatisfação
tira o cravo da g3 já não há pão pa malucos
um gajo tá cansado de andar a ser enganado
próxima pegada é nossa confessou-me o coração
precisei de imigrar pa perceber uma cena
problema não é a tuga problema é o sistema
as aves nunca deicharam de fujir da tempestade
agora o euro imigrante é que acha que é novidade
ainda bem que o vento veio bater na minha familia
tá mais forte que o euro cada vez mais unida
tive que me sentir pobre pa me cair a venda
e ver os homens invisiveis a vasculhar o lixo
tive que robar cobre e ferro pa pagar a renda
pa olhar pa uma prisão e ver que não há lá ricos
problema não é desemprego nem austeridade
é que nunca vamos ter paz nesta verticalidade
problema não é os que ficaram sem o subsidio
é que o nosso progresso é o nosso proprio extreminio
e enquanto a primavera hiberna eu limpo o meu armario
o inverno já não me assusta não há fim sem inicio
era tudo uma ilusão
não temas a escuridão
proxima pegada é nossa
confessou-me o coração
não vou ficar a anhar ate inventarem mais um truque
ainda arranjam maneira de nos encher o cartão
ja não voto em mentiras há espera que isto mude da
esquerda à direita só consigo é ver abutres a
tentar controlar a chama da insatisfação
tira o cravo da g3 já não há pão pa malucos
um gajo tá cansado de andar a ser enganado
próxima pegada é nossa confessou-me o coração
vento traz revelação chamas iluminaram
a visão dum novo mundo confessou-me o coração
era tudo uma ilusão
não temas a escuridão
o inverno já não me assusta não há fim sem inicio...
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10. |
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Paixão Libertária
um dia eu vi a liberdade a passear no Bomfim
parecia tão triste mas transparecia um brilho do mais simples que senti
eu dice-lhe que era linda que já lhe fiz mil cantigas partilhamos, passeamos, sorrimos
sentimo-nos felizes saramos cicatrizes beijei-a na testa dice que sejas livre
voa mana voa mana voa, que nada muda o que eu sinto por ti
quem manda em nós é o vento cada corrente é diferente
cada caminho é destinto tá tudo bem mas
aqui e agora eu quero voar contigo lado a lado
apaixonado mostrar-te o meu lado mais alado
vamos dár asas à nossa vontade liberdade?
eu gosto de ti assim leve nem destino nem passado
soa, ecoa, que trema a coroa voa, que eu te dê forças meu amor minha amizade
para saltar farpado em fronteiras deixando um rasto de côr pelo cinzento da cidade
e assim que eu começar a ir a abaixo por tar pesado dá-me espaço para implodir
não fiques sem bater asas não pares deixa cair
fico à espera com saudade de te encontrar por acaso
no mesmo parque em baixo da mesma arvore
sem ressentimento o que nos une é metafisico
hei de te encontrar a pintar à noite (A)'s na cidade
e se fazemos todos parte do mesmo fazes falta é em todo lado
espero por ti no fim deste labirinto !
(MEGA)
Nasci do contra mana.
A liberdade passou-me pela ponta dos dedos lá pós lados do Jardim do Quebedo.
A verdade é que poucos se dão conta de que, como eu corro sem medos, eu sofro só por ela.
Sem nenhum esforço, até ao dia em que morra sei que morro a confiar só nela.
Por isso é que eu corro,
ainda tenho buéda folego de sobra
24 sobre 7 num sonho em que nem um porco
m'acorda com uma bofa pas ventas. (1312)
Mas toda a bofa deixa sequelas,
são cicatrizes as nodoas negras e as mazelas por saber que corro ao lado dela
(Mas quem corre por gosto)
Liberdade, sinto-a por perto.
Essa mana, a razao que me impede de tar quieto.
Acho que nao dou pa esperto, porque
Ha quem me confirme no que digo e nao vacile
Na espera do bater firme do martelo e eu espero.
Sei que o feeling é sincero e tenho tudo pa dar certo.
No meio do betão e do cinzento,
corro a frente do vento e nao me contento com aquilo que me dão,
Então, liberdade, leva-me pela mão.
Redefeni as utopias,
Continuo na correria, mesmo que nao me sorrias ou sejas ilusão.
amor entre os presos ódeo contra as grades
em teu nome sempre se impôs margens à humanidade
eu sou dos que se opôs viu vantagens na marginalidade
seja sonho ou pesadelo liberdade ou nada
mudam caras mudam cores para mim nem muda os cartazes
o escravo só se liberta quando agarrar em kalaches
é o que eu acho e não me sinto um mau rapaz
como é que pode haver paz com mortes como o fantasma?
Desumaniza-se demonizam-se os valores
terroristas já somos todos que se insurgem contra o terror
que fiquem notificados todos os senhores doutores
eu gosto de simplificar por mim limpava-os a todos.
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11. |
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Na Escalada
já não ha chaga que me afete ou que infete o meu afeto
confiança na passada coração do lado certo
continuamos na escalada às vezes resvala a mão
mas ao menos já é subida concentra-te no teu trajeto
já lá vai o ano da cabra ..
não canalizes mais energias macabras
haja pontes para unir horizontes haja amor em casa
deixa passar águas passadas queima um ramo de sálvia
haja orgulho na nossa cara ..
cicatrizes só alargam sorrisos quando saram
não te enfies no teu canto a lamber fridas sozinho
haja amigos po caminho pa seguir ao pé cocinho
não confies no encanto do que te canto ao ouvido
a palavra é manipulada só quero que sintas o que eu sinto
haja ouros na tua carta ..
pés na terra e muito luz até ao septimo chacra
a cuidar do que ainda existe a acordar mais humilde
a recuperar tempo perdido cuidado com quem tá triste
curar é preciso para recomeçar em ki
não é ser naive é tár firme pó que vem ai
equilibrio fisico mental e espirito
deixo marca no cimento com conhecimento empirico
com muita vitamina D à espera do dia D
na esperança que um dia dê para ver a vista do cimo
e se um dia eu conseguir é porque hoje eu acredito
na escalada
sem descanso parece que não acaba
mas não pares segue na calada
deixa uma estaca
para os que vieram a traz
e não falhes ao teu camarada
na escalada
sem descanso parece que não acaba
mas não pares segue na calada
deixa uma estaca
para os que vieram a traz
nem que a mão teja calejada
(DYSILED)
Mão em mão apoiam-se as vidas nas suas palmas,
Sem corda nem presa libera para a escalada d´almas
Mas eu sinto as arestas destas pedras como facas,
Cortam, deixam-me as veias laceradas
Saudade quando cada pulsação da minha artéria
Fazia vibrar cada partícula de matéria,
Resonantes, encontrados numa frequência,
Conjugados como a alma e a ciência
Adopta a linguagem heráldica para brasões
Embora esta nobreza tenho cores d'outros padrões.
Contempla a cintilante alegoria,
Pedras para pedras, esclada para subida,
Dextra e sinistra, enxofre e mercúrio,
Casadas num eterno ci(r)clo de amor, repúdio.
Vivemos numa era indomada pela mente
E cada um de nós é complacente ao ser indiferente.
Continuo..
na escalada
sem descanso parece que não acaba
mas não pares segue na calada
deixa uma estaca
para os que vieram a traz
e não falhes ao teu camarada
na escalada
sem descanso parece que não acaba
mas não pares segue na calada
deixa uma estaca
para os que vieram a traz
nem que a mão teja calejada.
x2
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12. |
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Setubalense
setubalense
carrego na alma uma garra uma raiva
amarrada a uma corrente irreverente dum rio azul
cresci a correr nú pa praia da tróia
que saudades meu refúgio meu casulo... azul
areia fina tarde em familia
foi lá na bola de nivea que adotei o grande amor da minha vida
ri corri chorei cai de bina
comi o que pesquei com a cana do meu avo
explorei dunas observei luas apanhei navalhas e conquilhas
foi o meu pai que me ensinou
esquilhas no assador
terra de pescadores
jente humilde jente simples jente boa bons valores
poucos ricos muitos trabalhadores
poucos meninos muitos mais malandros e sonhadores
certinhos aqui não pagam renda cada bairro cada lenda
lidias francos multibancos bancos carrinhas da prosegur
não te enganes aqui os gangs têm guns
obra nao paga conta do jumbo
margem sul é um deserto
porque aqui a bofia anda de camelo atrás de dtr's e fiat unos
setubal cidade rebelde
as nossas paredes gritam aquilo que nos apetece
adoro andar pelas ruas da minha cidade
e ver tudo o que é parede a abarrotar de graff
mas sinceramente ultimamente
dá-me muito mais vontade jirar pa arrancar posteres do pnr
a rua é de quem a usa
nao é das varejas atrevidas que pousam na cms
amo esta cidade
e nesta ansiedade
nao é festa que me satisfaz e me faz acalmar
é a serra é o sado
é uma sesta cheio de salmora
é tár enfrente à pedra da anicha com muito amor a
misturar luar com sexo à beira-mar
consegue-se aproveitar um verso em cada voar
de conversa a deslizar po universo
confesso que eide levar uma beks deste lugar
por onde quér queu viajar sei que setúbal eide amar
e posso contar com o inverso
onde é que existe um rio azul igual ao meu
que em bueda dias tem a mesma cor do céu
a sonhar alto libertei a minha arrábida
senti no rosto uma lágrima que escorreu
x2
eu fui criado no sado
setúbal cidade de poetas
rimo sado com peixe assado
levo a cidade nas veias
veias salgadas e cheias de cheiro a ameijoa da caldeira
a tinta que me sai da caneta cheira a sardinhas da praça..
setubalense pa sempre
setubal mentes diferentes
se tu na sentes na tentes
se fumas menos entendes
ardam escolas de hotelaria servir ricos não é pa nós
abram escolas de charroco meu povo não quer resorts
nossos filhos só veram a tróia dos seus avós em fotos
a bulir pa belmiros nem no verão encherão os vossos bolsos
o maior bote é o preço do ferry bote
apá soçe na te sentes uma ganda bobe
querem-nos ver longe de lá não sabem como
eu dizia-lhes onde é que eu lhes enfiava os tacos de golfe
revolta-me ver a arrábida esburacada por uma fábrica de cimento
a fazer publicidade que sustentam a bio-diversidade
a apoiar colectividades pa acalmar e calar a cidade
não inventem toda a gente vê aquele buraco à frente
qualquer dia eu...
faço uma loucura
o meu coraçao não se cura
com uma escura visão
mergulha em escuridão e secura
cuidado ele procura desculpas
farto de observar abutres
a rodear a minha linda cidade
onde é que existe um rio azul igual ao meu
que em bueda dias tem a mesma cor do céu
a sonhar alto libertei a minha arrábida
senti no rosto uma lágrima que escorreu
x2
onde é que existe uma cidade igual á minha
assim genuina inspira-me em cada esquina
porque há magia em cada ravina em cada praia
the special ones desde o viso à bela vista do miradouro ao liceu.
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13. |
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BARCA DA VIDA
se ás vezes eu fico mais que à conta na cama
não é devido ao facto queu faça ronha é manha
confesso na verdade viajo em algumas manhãs
como se volta-se ao útero da minha mamã
rebolo-me nos sonhos evito a minha vida
cada um sabe da sua o que realmente custa
numa eterna busca de preencher um vazio
procuramos não achamos e fechamos
mas a solidão suspira forte quem é que nunca sentiu
o momento mais feliz não faz sentido sozinho
um pôr do sol não foi feito praa ser visto de coração partido
perdidos já só dizemos obrigado
já não agradeçemos nada uma gájo só se apercebe
que tá vivo num despiste que por um triz não nos mata
é que um gajo perde-se a dar o braço o torcer
no meio dum braço de ferro mas ninguem é feito de ferro brada
levantar ancora
na na na na na
musica que cura pa tudo e pa todos
embarca na barca
da vida e canta
baixar a cabeça
na na na na na
ninguém aqui pediu pa tar aqui mas aqui tamos
se não é facil pa ninguém porque é que não facilitamos
nascemos num planeta onde até se partilha o ar
mas pa quem custa ter cenas não é facil emprestar
não temos para o mendigo mas para o capricho há sempre
serei mais um morto bem vestido numa capela vazia?
não guero morrer sozinho dinheiro é uma energia
guita vai e vem desespero cicatriza
quero um vizinho que partilhe uma caixa de ovos
quero confiar perdoar quem me falhou
eu sei que um dia tem que haver paz entre os povos
porque o tempo passa e morre o ódio que nos separou
quero sair de casa poder dizer bom dia a todos
quero tar na boa também tenho defeitos a montes
deixar de achar que sou menos ou mais que os outros
se o amor move montanhas decerteza que move cidades
levantar ancora
na na na na na
musica que cura pa tudo e pa todos
embarca na barca
da vida e canta
baixar a cabeça
na na na na na
agarra no teu amor companheiro ou companheira
e diz-lhe fundo nos olhos fazes parte do meu ser
ou derrente já passou uma vida inteira
e escapou-te essa pessoa que querias ver a envelhecer
fazem-nos passar anos a fio a trabalhar
para juntar-mos dinheiro até perder-mos a saude
derrepende um ancião ao pé dum rio fica a pensar
para me poder medicar agora vou ter que gastar tudo
então! vive o presente que a vida é só uma
és lindo és linda és unico és unica
esquece as ofensas lembra-te dos elogios
as pessoas só se magoam porque nao estão felizes
não toleres pontapés dignifica a tua vida
mas se és de confiança nunca deixes de confiar
se tu és a prova viva que existem pessoas boas
não fiques à espera que alguém também tenha que provar
confia...
X2
levantar ancora
na na na na na
musica que cura pa tudo e pa todos
embarca na barca
da vida e canta
baixar a cabeça
na na na na na
içar velas desatar amarras
sentir o vento na cara
à ponta da proa da barca
há mar e mar há ir e voltar
coração que nasce livre
não se pode acorrentar
tu não estás sozinho no caminho
tranquilo que a vida é feita de ciclos...
luz!
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14. |
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E=Mc²
dizem que monney faz girar o meu planeta
mas numa manif à gente a atirar-vos pedras
os nossos sonhos não cabem no vosso mundo
nem o nosso amor cabe das vossas carteiras
...
REF
e quando eu acho que o rumo ruma a destruição
me assombra a escuridão a sombra da servidão
e uma assombração sombria esvazia-me o coração
penso quantos são que não preferem o sol
e quando eu acho que eu tou sozinho na imensidão
imaginação congela se ela inventar é em vão
motivação numa cela cancela-me a identidade
penso somos o que fazemos sou uma clave de sol
rego o meu bonsai vejo voar uma mogwai
escuridão sai sai luz brilha no meu colo
brilha no meu colo brilha no meu colo
luz brilha no meu colo
rego o meu bonsai vejo voar uma mogwai
escuridão sai sai luz brilha no meu colo
brilha no meu polo no capô do meu polo
vai de polo a polo baby dá-me o call...
lufada de ar que te empresta um pé de cabra
quando a cabeca tá colada à almofada
dár te à a mão quando a estrada não tá clara (ya)
amor vadio é vento na cara de quem viaja num navio
um resquicio de esperança novo inicio mais macio
enche esse vazio com amor sorri pa quem te sorrio
sentimento surreal quando o sinto sei que vou
no caminho que é suposto barriga entra em rodopio
energia cósmica atómica cria o universo
palavras de criação massiva sintoniza-me o cerebro
minha avó dá-me alegria quando brinca com os bis-netos
uma semente germina em pleno terreno baldio
não fiques à espera de teres os dias contados
pa te declarares a quem te faz vibrar mais alto
não te massacres mais nasces-te pa ser feliz
não te esqueças nunca sem a chuva não havia arco iris
REF
e quando eu acho que o rumo ruma a destruição
me assombra a escuridão a sombra da servidão
e uma assombração sombria esvazia-me o coração
penso quantos são que não preferem o sol
e quando eu acho que eu tou sozinho na imensidão
imaginação congela se ela inventar é em vão
motivação numa cela cancela-me a identidade
penso somos o que fazemos sou uma clave de sol
rego o meu bonsai vejo voar uma mogwai
escuridão sai sai luz brilha no meu colo
brilha no meu colo brilha no meu colo
luz brilha no meu colo
rego o meu bonsai vejo voar uma mogwai
escuridão sai sai luz brilha no meu colo
brilha no meu polo no capô do meu polo
vai de polo a polo baby dá-me o call.
dizem que monney faz girar o meu planeta
mas numa manif à gente a atirar-vos pedras
os nossos sonhos não cabem no vosso mundo
nem o nosso amor cabe das vossas carteiras
...
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15. |
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Magic
sinto o caminho tranquilo
vou lento assim não descarrilo
já não tou a mil ando mais humilde
ninguem dice que o caminho era facil
ando a tentar ajustar a auto estima
depois de andar a apontar o dedo a mim mesmo
tenho tado atento cá dentro às raizes
se o crescimento é lento é tempo pa defenilo
um passinho de bebé de cada vez
a assumir a merda que um gajo fez
a destruir as culpas a perceber porques
afastar a nuvem de viver com um talvez
meter o pé na pista a manter a fé pa cima
que acredito que na vida acreditas no que vês
há quem diga que quem é bom morre cedo
mas são esses os que ficam e inspiram a linha da frente
tudo o que um dia fiz hoje trouxe-me aqui
pa tar fixe tive triste e infeliz
mas se a vida é sempre assim mais vale ir ao relantim
que o presente é uma ilusão cada dia é uma benção
tár contente é opção não importa o que pensa o
coração que tá ferido paranoico com o perigo
que rebola horas a fiu num desafiu
até o frio é mais frio se o feitio é doentio
não é defeito é feitiço e o navio já partiu
se perdeu já ná nada a perder por isso
paque tentar controlar a maluquice
sa perfeição é na imperfeição que existe
tão quebro as barreiras que que me prendem ao chão
não penso em fronteiras não há separação
mais cabeça mais confiança na palavra
que eu tenho mundo na mão não sou eu que digo são as cartas
neste universo ficámos suspensos
se nao fosse o sexo já tinha sido antes
se não fosse o ego não havia silencio
ele não nos protege assim nos não saramos
há sempre o complexo de quando acabamos
mas nós só falhamos quando nos engamos
se tamos distantes não tamos em estantes
já não nos amamos não quero tar preso
será tudo um teste detesto tár tenso
tudo tem um preço e o peso é intenso
ficamos carentes sem ter a cama quente
faz frio no inverno somos todos humanos
e ter quem aquece é tão importante
portanto deixamo-nos guiar pelo sangue
mas só completamos quando tamos completos
seres independentes, emocionalmente
no silencio ouve-se a voz interior
é silencioso o murmurio da dor
a voz que te diz és o teu melhor amigo
queres fluir no amor tens que tar é bem contigo
tens que te fazer as perguntas que nao queres ouvir
processar sentimento que nem queres sentir
soltar o lamento que carregas dentro
deichar a armadura cair
embalar no momento deichar de engolir
lagrima que sara não tarda a sair
pagina que passa é o passado a florir
desfrutar o trespassar do vento
agarrar o presente parar pensamento
deichar o sofrimento ir com o elemento
parar de impedir o espirito de evoluir
alma de fluir como uma mandala
mostrala sem medo voltar a sorrir
cabeça pa cima sem insegurança
abraçar a calma de saber cair
saber preserva-la manter a esperança
ca cara marcada por cada risada
aberto ao que avizinha à mudança
que ensina q atraio aquilo que projecto
porisso é que o rap tem tanta importancia
sem repetir falha já rectificada
partir a muralha venha o que há de vir
seguir na batalha sem ter na balança
só uma migalha quero o que me é devido
no fio da navalha até o santo é bandido
vamos ver quem estala o telhado de vidro
consoante o que calha ou vai ou encalha
já ninguem me cala ou entala o que digo
peço luz em cada cerebro
peço fluxo daqui a vénus
peço saude no recetaculo
mais sintonia menos egos
peço luz em cada cerebro
peço fluxo daqui a vénus
peço saude no recetaculo
venha a nós novos universos
seja feita a nossa vontade
...
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released July 7, 2017